Uma pesquisa realizada pelo GEM (Global Entrepreneurship Monitor), em 2018, sobre empreendedorismo, aponta que apenas 35% dos empresários brasileiros são mulheres. Embora o empreendedorismo feminino tenha ganhado força nos últimos anos, ainda temos uma longa estrada pela frente.
Os dados apontam que o empreendedorismo vem crescendo, especialmente aqui no Brasil. Na última pesquisa realizada pelo GEM, o Brasil apontou uma taxa de empreendedorismo total de 38%, essa taxa inclui empreendedores novos e já estabelecidos e representa aproximadamente 52 milhões de brasileiros construindo o seu caminho através do negócio próprio.
Embora a burocracia brasileira seja a principal vilã que acaba atrapalhando muito o nascimento de novas empresas, a maioria dos empreendedores brasileiros disseram que o medo do futuro e de fracassar jamais os impediria de começar um novo negócio. Uma das razões para seguir em frente e lutar contra as barreiras iniciais, pode ser a necessidade de renda, para muitos o empreendedorismo é a única alternativa.
Uma pesquisa do SEBRAE revelou que a proporção de empreendedorismo feminino por necessidade é maior: 44%, enquanto no grupo dos homens é de 32%. As “mulheres de negócios” enfrentam também muitos obstáculos, como, por exemplo, a necessidade de conciliar a empresa e a maternidade. Esse caminho desafiador fica ainda mais evidente quando analisamos o relatório da GEM (2018) com dados mundiais sobre o empreendedorismo feminino.
Aqui separamos os dados que se destacam do relatório sobre o Brasil:
- Enquanto na maioria dos países da América Latina, apenas aproximadamente 30% das mulheres que são empreendedoras têm ensino médio ou superior completo, no Brasil, esse número cai drasticamente para apenas 6%.
- A Argentina e o Brasil tem um alto índice de envolvimento jovem no empreendedorismo feminino, com as mulheres entre 25-34 anos sendo a maioria das empreendedoras.
- As empreendedoras brasileiras têm baixa expectativa de crescimento futuro, menos de 2% das empreendedoras tem qualquer expectativa de ampliação do seu negócio no Brasil.
- A internacionalização também não é muito almejada pelas empreendedoras brasileiras: menos de 1% das empresas criadas por mulheres tem qualquer ligação com importação ou exportação.
- Segundo o relatório, as principais atividades que envolvem as empreendedoras brasileiras são: governo, educação, saúde e serviços sociais. Mais de 30% dos empreendimentos começados por mulheres são desse tipo de negócios.
- O relatório ainda traz um dado muito interessante sobre as investidoras: dentre as empreendedoras que investem em negócios, 91% investem na própria família e parentes. Uma porcentagem muito mais alta do que outros países do relatório.
Os dados não mentem: as mulheres ainda tem uma longa estrada pela frente. Percebe-se que as “mulheres de negócios” enfrentam barreiras sérias durante esse caminho, como a baixa escolaridade, a necessidade de renda e a gestão familiar – que ainda é uma tarefa bastante delegada às mulheres. Isso tudo somado a dificuldade que as mulheres têm em vislumbrar crescimento para a sua empresa. Por outro lado, é importante também ver esses dados como um alento: estamos crescendo e assim continuaremos, firmes e fortes na busca de nossos objetivos.
Fontes: https://datasebrae.com.br/wp-content/uploads/2019/03/Empreendedorismo-Feminino-no-Brasil-2019_v5.pdf